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Uma comitiva de parlamentares, representantes de municípios produtores de tabaco e entidades da cadeia produtiva da Região Sul partiu rumo à Suíça no sábado, 15 de novembro, para acompanhar a 11ª Conferência das Partes (COP 11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). O evento começou hoje, 17 de novembro, e segue até o próximo sábado, 22 de novembro, em Genebra, mas o grupo de brasileiros teve o acesso negado.


Com mais de 1 milhão de seguidores nas redes sociais — a maioria composta por produtores rurais — Giovane Weber, influenciador e também produtor rural, está na Suíça junto com a comitiva. Ele partiu de Santa Cruz do Sul, no Rio Grande do Sul, e pretende compartilhar sua “visão sobre o evento e o tratamento dado à atividade que tem grande importância econômica e social no agronegócio brasileiro”, conforme divulgou o Sindicato da Indústria do Tabaco da Região Sul do Brasil (SindiTabaco).

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“Nas últimas edições da COP, acompanhamos pela mídia e vimos a dificuldade que é para quem defende a fumicultura”, afirma. “Quero mostrar aos produtores brasileiros, que, assim como eu, vivem da cultura do tabaco, como somos tratados em um evento como esse”, disse na semana passada. Considerando que esse debate deveria ser público, Giovane Weber já previa o que se confirmou na manhã de hoje, em Genebra.


“Todos nós fomos retirados do evento”, relatou em um grupo onde atualiza o andamento da situação na Europa, já no início da tarde. “Fomos conduzidos para fora”, ressaltou o produtor e influenciador. Junto com ele, quatro deputados federais da comitiva também foram barrados, assim como os demais presentes. O grupo conseguiu entrar no local, mas foi retirado em seguida. “Clima tenso”, compartilhou.


A comitiva esperava ter acesso aos debates, conforme informações divulgadas por entidades e integrantes do grupo, imaginando que a delegação oficial brasileira não criaria obstáculos à produção de tabaco já estabelecida no país e cumpriria a declaração interpretativa assinada pelo governo federal quando o Brasil aderiu à Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT). Essa era a expectativa da viagem à Suíça, na tentativa de participar do evento.


Com informações e imagem disponibilizadas por Giovane Weber, direto de Genebra.

 
 
 

O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) manifestou preocupação com o posicionamento da delegação brasileira para a 11ª Conferência das Partes (COP 11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco, que será realizada em Genebra entre 17 e 22 de novembro.


O presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, rebateu declarações da secretária-executiva da Conicq e alertou para um "descompasso" entre o discurso oficial de proteção aos produtores e as propostas que estariam sendo preparadas pelo governo, que, segundo ele, já incluíram no passado a redução de área plantada e a proibição de assistência técnica.

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Thesing criticou o cerceamento de diálogo, lamentando que representantes do setor, incluindo produtores e prefeitos de municípios produtores, sejam impedidos de acessar o local da conferência. Ele reforçou que isso não se trata de interferência industrial, mas da supressão do contraditório. O dirigente cobrou ainda que o compromisso de diálogo firmado com o embaixador brasileiro em Genebra seja cumprido.


Outro ponto de alerta é o uso da pauta ambiental para justificar a proibição de filtros de cigarro. O SindiTabaco considera a medida uma distorção que pode ter um "efeito devastador", entregando a produção de cigarros ao mercado ilegal.


A entidade finalizou reforçando a importância econômica do tabaco para o meio rural. Dados da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) indicam que, na safra 2024/25, a renda de um hectare de tabaco equivale à de 7,85 hectares de soja, sendo o tabaco responsável por 59% dos R$ 24,7 bilhões gerados em produtos agropecuários pelos produtores do setor. O SindiTabaco cobra políticas públicas que reconheçam essa relevância e evitem decisões tomadas sem a devida participação.


Com informações do SindiTabaco, Afubra e COP 11 e imagem criada por IA Adapta sobre a temática.


 
 
 
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A safra de fumo 2024/2025 está sendo marcada por um aumento alarmante nos prejuízos causados por temporais de granizo. Produtores do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná enfrentam um cenário de perdas milionárias, com milhares de propriedades afetadas e um crescimento exponencial no acionamento de seguros. O clima de inverno estendido atrasou o desenvolvimento das lavouras e isso evita, ao menos, danos maiores nas folhas do tabaco.

 

No Rio Grande do Sul, principal estado produtor, a situação é crítica. Não diferente no Paraná e Santa Catarina. A Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra) reportou um aumento de 46% no número de lavouras atingidas em comparação com a safra anterior. Todas as 18 microrregiões registraram ocorrências, passando de 5,5 mil lavouras com danos. 46% a mais de lavouras atingidas. Os picos de granizo são registrados, geralmente, entre dezembro e janeiro. Diferente nesse ano.

 

No Paraná, região de Irati e Imbituva, passou de 520 lavouras na safra passada (nesse mesmo período) para 1.460. Em Santa Cruz do Sul, na matriz da Afubra, havia sido contabilizado 352 casos de granizo no ano passado e em 2025 superou mil lavouras. Contudo, o número de folhas perdidas é menor por conta do inverno estendido, chamado assim, tem mantido o clima com temperadas mais frias e prejudicado o desenvolvimento mais rápido do tabaco.

 

De acordo com a Afubra, mesmo assim se registrou 5,25% a mais de perda de folhas, base para a contabilidade de granizo quando do acionamento do seguro. O valor financeiro a ser credito aos produtores com essas ocorrências, é mais expressivo por conta da correção da unidade referencial mutual – base de cálculo das indenizações – 8,8% a mais para a atual safra. Reforçando ainda, a importância de manter as lavouras asseguradas.


Com informações da Afubra e imagem divulgação/IA/Adapta.

 
 
 
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