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Em 2024, o Brasil exportou 455 mil toneladas para 113 países, gerando US$ 2,977 bilhões em receita ou R$ 16,820 bilhões, levando em conta a cotação desta sexta-feira do dólar. Projeção da consultoria Deloitte prevê crescimento de 10% a 15% no volume exportado para 2025, o que pode elevar o valor total do comércio para até R$ 19,343 bilhões ou US$ 3,423 bilhões. Além disso, preço neste ano, ainda, está melhor.


Comparando em dólar, o valor médio por quilo subiu 14,84% no 1º trimestre de 2025 comparado com mesmo período do ano passado. Do fechamento anual e média de US$ 6,54, nos três primeiros meses o valor de exportação fica 8,87% acima. Se manter esse ritmo, pode elevar ainda mais a receita de exportações do tabaco brasileiro que tem mantido alta competitividade global e média de venda superior a US$ 2 bilhões por ano.


Os dados divulgados pelo Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) citam essa projeção da consultoria Deloitte e levam em conta a projeção de aumento percentual de 10% a 15%, tanto em volume quanto em valor. Essa tendência de preço aparece no relatório do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC/ComexStat) que, a apesar de queda de 1,78% no volume, mostra alta de 12,85% no final valor pago.


“A preferência dos clientes internacionais pelo tabaco brasileiro é resultado direto da qualidade e integridade do produto, garantidas pelo Sistema Integrado de Produção de Tabaco (SIPT)”, afirma Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco. Ele reforça a importância do sistem de integração que “favorece a rastreabilidade, o atendimento às exigências internacionais e a sustentabilidade da cadeia produtiva.”


Nessa estimativa, além do valor das exportações, a "cadeia produtiva do tabaco tem impacto direto sobre a geração de emprego, renda e arrecadação fiscal. Em 2024, o setor gerou cerca de R$ 12 bilhões em receita para os produtores rurais e R$ 17 bilhões em tributos pagos ao governo brasileiro", destaca o SindiTabaco. No Rio Grande do Sul representa 12,55% do total de exportações, ficando apenas atrás do soja.


Ainda, a entidade lembra que o "Brasil é, há mais de 30 anos, o maior exportador mundial de tabaco, destinando cerca de 90% da produção ao mercado externo. É também o segundo maior produtor global, atrás apenas da China". Os principais compradores do tabaco brasileiro no primeiro trimestre de 2025 foram China, Bélgica, Indonésia, Estados Unidos e Emirados Árabes Unidos, conforme a ComexStat.

Com informações e imagem do SindiTabaco.

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Dados de pesquisa realizada em 2023, pelo Centro de Estudos e Pesquisas em Administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (CEPA/UFRGS), apontam que o produtor de tabaco "ganha 117% a mais do que a média do trabalhador brasileiro". Se usar a referência do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) a situação é ainda melhor, enquanto a renda média brasileira, de acordo com o censo de 2022, era de R$ 1.625,00 a do fumicultor ficou em R$ 3.541,00.


O cenário atual monstra que o tabaco faz parte da economia de 509 municípios da região Sul do Brasil e envolve cerca de 626 mil pessoas no campo, conforme dados do Sindicato das Indústrias de Tabaco (SindiTabaco). A boa rentabilidade em pequenas áreas e garantia de venda da produção são pontos de destaque. Na última safra, a produção de tabaco colocou R$ 11,8 bilhões na conta de de 133 mil produtores, segundo essas informações oficiais.


Ou seja, cada família ficou, na média, com pouco mais de R$ 144 mil de renda bruta. Dividido por 12 meses, seriam R$ 12 mil por mês para cada propriedade produtora de tabaco. Obviamente é necessário descontar os investimentos em infraestrutura, maquinários e custos de produção. Muitas vezes, tudo isso onera muito o fumicultor e tem sido discutido quando das propostas de correção de preço pago aos produtores.


Quando se fala em programas sociais, o Bolsa Família, por exemplo, concede benefício levando em conta a renda mensal por pessoa de até R$ 218,00. Nessa linha de entendimento, um casal com dois filhos menores precisa receber um valor anual abaixo de R$ 10.464,00 para ser beneficiado por esses critérios. Assim, os dados oficiais da fumicultura quase excluem esse grupo de trabalhadores desses benefícios.


Apenas em torno de 5%, em torno 6.650 famílias ligadas à produção de fumo, recebem algum tipo de benefício social do governo. "O bom nível socioeconômico dos produtores de tabaco fica evidenciado na estratificação social: enquanto 80% enquadram-se nas classes A e B, a média geral brasileira nesse estrato social não chega a 25%", conforme o SindiTabaco. Mostrando esse contra-ponto, mesmo no trabalho com alta exigência de dedicação, fomentando melhor rendimento.


Com informações do CEPA/UFRGS, IBGE, SindiTabaco e imagem pixabay/reprodução.

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A Bélgica foi o país que mais comprou tabaco do Brasil em 2024. Ao todo 103.198.875 quilos, num movimento financeiro total de US$ 638.507.252,00 (*R$ 3,59 bilhões). Seguido da China com pouco mais de 67 milhões de quilos e quase US$ 585 milhões (R$ 3,29 bilhões). Depois Estados Unidos da América (EUA) quase 40 milhões de quilos e US$ 255 milhões (R$ 1,43 bilhões), Egito outros 32,5 milhões e US$ 233 milhões (R$ 1,31 bilhões) e Indonésia quase 21 milhões quilos e US$ 139 milhões (R$ 781,18 milhões).

 

Os valores pagos por cada quilo comprado variaram, tendo nos chineses o preço mais alto US$ 8,72 (R$ 49,00), depois Egito US$ 7,16 (R$ 40,24), Indonésia US$ 6,65 (R$ 37,37), Estados Unidos US$ 6,40 (R$ 35,97) e belgas US$ 6,19 (R$ 34,78). A China pagou praticamente 41% a mais que a Bélgica pelo tabaco importado do Brasil. Os dados são da Comex Stat, sistema oficial de estatísticas do comércio exterior brasileiro de bens, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

 

Curiosamente, janeiro de 2024 foi o mês com menos volume de exportação para a Bélgica 1.344.419 quilos e fevereiro o segundo menor com 4.097.692. Em agosto o Brasil exportou 18.610.418 quilos e junho foi o mês vice-líder de vendas com 12.830.540 quilos, superando o 3º (julho) por pouco mais de 7 mil quilos. Ao contrário da China que comprou 27.838.800 quilos em janeiro e outros 22.413.623 em dezembro. Em junho somente 16 e maio 18 quilos.

 

Novamente, em 2025, os chineses saíram às compras em janeiro levando 30.729.606, desacelerando para 2.118.628 em fevereiro e somente 23 quilos em março. Nesse ano a Bélgica subiu as compras para 5.628.301 no primeiro mês do ano, caindo para 2.748.178 quilos em fevereiro, depois 4.428.968 em março. Na média, a China paga US$ 9,73 (R$ 54,68) por cada quilo de tabaco, enquanto belgas somente US$ 5,05 (R$ 28,38), ou seja, 92,68% a menos.


Seguindo esses comparativos, em 2023 os chineses pagaram US$ 7,72 (R$ 43,39) de preço médio e os belgas US$ 5,33 (R$ 29,95). Três anos antes, 2020, a China importou tabaco brasileiro por US$ 4,84 (R$ 27,20) e a Bélgica por US$ 3,29 (R$ 18,49). Naquele ano a média final da exportação do Brasil ficou em US$ 3,19 (R$ 17,93). Voltando ainda mais no tempo, há dez anos atrás a média anual brasileira era de US$ 4,23 (R$ 23,77) e em 2005 de US$ 2,71 (R$ 15,23). 20 anos atrás os chineses já pagavam US$ 3,96 (R$ 22,26) e belgas US$ 2,98 (R$ 16.75). Com informações da Comex Stat e imagem SindiTabaco. *Dólar US$ 1,00 = R$ 5,62.

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