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"Está num diferencial muito grande. Na safra passada tivemos uma quebra de safra, de produtividade de mais de 20%", argumenta o presidente da Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Marcilio Drescher. Ele cita os motivos do atual período ter um fluxo de entrega do tabaco nas empresas menor que em 2024. A produção menor trouxe influencia no ano anterior e neste a comercialização é mais lenta.


Dentre outra coisas, o entendimento do presidente é de que o fato de ter menos tabaco para ser comercializado fez com que a venda fosse mais "rápida e antecipada". No caso gaúcho, as regiões atingidas pela enchente no começo de maio de 2024, na maioria já haviam entregue a sua produção nas empresas. Nesse ano, até a metade de maio, a totalização das vendas está em torno de 2/3 do total produzido.


De certa forma, a comparação é bem distinta por conta da produtividade, conforme Drescher. Enquanto em 2024 se teve menor oferta de tabaco nesse ano a produção foi maior. Por estado, também os números são diferentes. Enquanto o Rio Grande do Sul atingiu 61% do total vendido, nas três variedades: virgínia, burley e comum, Santa Catarina comercializou, até o período, 84% e Paraná 79%. Em números totais são 73%, nos três estados.


Segundo o presidente da Afubra, a qualidade e produtividade alcançadas, na grande maioria das regiões produtoras, são satisfatórias. Obviamente, tirando alguns locais pontuais com clima desfavorável onde a safra ficou prejudicada. Em relação ao preço praticado, a oferta"muito mais" equilibrada com a demanda, deixa o preço médio sem exceder a tabela. Na avaliação de Drescher está sendo pago "dentro da tabela".


No ano passado, a menor oferta fez com que o preço médio excedesse o valor da tabela. Mas, nessa safra, a produtividade boa deve compensar no volume final o quanto de dinheiro o produtor vai colocar no bolso. Nesse entendimento, o presidente afirmou, no programa de rádio da Afubra disponibilizado para a imprensa, que a maioria das empresas tem comprado com classificação "tolerante" com duas ou três classes.


Ainda, Drescher mencionou alguns pontos relativos à próxima safra. O fato de ter oferta adequada à demanda interfere positivamente no preço. "Plantar menos e cuidar mais", nesse raciocínio, usando mão de obra familiar e evitando a contratação. Havendo o equilíbrio e evitando muito volume. "Se plantarmos ainda mais teremos dificuldades como tivemos em décadas ou momentos passados", alerta o presidente.


O histórico de safras anteriores tem mostrado a relação de menor oferta e melhor preço, na regulação de mercado. Quando amplia muito a produção pode perder a qualidade e, mais tabaco disponível, tende em baixar o preço pago ao produtor. Disso "faz se um apelo" por parte da Afubra para evita de ampliar as áreas de tabaco. Os últimos quatro anos não se podem levar em conta, nessa linha de entendimento. Foram safras excepcionais por diversos fatores, o que não baliza projeções. Nisso, o lema da entidade:"menos é mais!"


Com informações da Afubra e imagem de arquivo/Afubra/Registro da reunião sobre preço de tabaco, rodada de negociação/Luciana Jost Radtke/Afubra.

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Se o valor mensal médio para cada brasileiro por mês é de pouco mais de um salário mínimo – R$ 1.625,00 –, do produtor de tabaco da região Sul do Brasil é mais que o dobro disso – R$ 3.540,75, quase 118% superior. Os dados são do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) e servem de argumento para comitiva brasileira citar a importância econômica do fumo para os brasileiros.


Representantes do setor do tabaco estiveram na Suíça, semana passada, e se reuniram com o embaixador do Brasil em Genebra, Tovar da Silva Nunes, na sede da Missão Permanente do Brasil junto às Nações Unidas. Conforme divulgação do SindiTabaco, a agenda integrou os preparativos para a 11ª Conferência das Partes (COP 11) da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT), a ser realizada de 17 a 22 de novembro, também em Genebra.


A comitiva brasileira teve participação da Associação dos Municípios Produtores de Tabaco (Amprotabaco), Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco), Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo), Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco e do SindiTabaco da Bahia. Todos demonstram preocupação sobre possíveis impactos da COP 11 à cadeia produtiva do tabaco brasileira.


São mais de 500 municípios produtores e 626 mil pessoas envolvidas no meio rural. Em 2024 gerou R$ 11,8 bilhões de receita bruta aos produtores; R$ 16,96 bilhões em exportações e R$ 16,8 bilhões de impostos. O objetivo exposto ao embaixador é de as entidades representativas dos produtores participarem das discussões democraticamente, sendo parte do processo decisório, pois isso envolve a sustentabilidade econômica de centenas de municípios e permanência dos agricultores no campo.


Disso o pedido para a delegação brasileira levar em consideração, nas deliberações da COP-11, a Declaração de Interpretação de Dispositivos da Convenção-Quadro, assinada por seis ministros de Estado em 2005. Tese defendida por Valmor Thesing, presidente do SindiTabaco. O documento cita “(…) não haverá proibição à produção de tabaco ou restrição a políticas nacionais de apoio aos agricultores que atualmente se dedicam à atividade fumageira.”


Em outra parte, “(…) não haverá apoio a propostas que visem a utilizar a Convenção-Quadro para Controle do Tabaco da Organização Mundial da Saúde como instrumento para práticas discriminatórias ao livre comércio.” A comitiva menciona o papel enfatizado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) “extrapolando o campo da saúde pública”. Exemplo, disso a campanha “Cultive comida, não tabaco”, de 2023, amplamente difundida no Brasil.


A crítica sobre essa campanha, segundo os representantes da comitiva, é a omissão de que o tabaco permite “a diversificação da produção”, uma prática “fomentada há mais de 40 anos pelo próprio setor”. Tanto que, na safra passada, o fumo ocupou “apenas 20,5% da área média das propriedades, mas foi responsável por 56,3% da receita dos produtores. Enquanto, a diversificação com culturas como milho, soja e criação de animais gerou R$ 9,15 bilhões.


A avaliação da comitiva, frente à agenda, é de que o embaixador Tovar da Silva Nunes “demonstrou atenção aos temas apresentados e fez perguntas sobre pontos como combate ao trabalho infantil e meio ambiente”, e isso permitiu “um diálogo aprofundado e transparente sobre as práticas sustentáveis do setor”. Disso o entendimento de terem sensibilizado sobre a importância econômica, relevância social e sinalização do governo de intermediar diálogo entre as partes.


Com informações do SindiTabaco e imagem banco de imagens SindiTabaco.



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O total de tabaco exportado pelo Brasil no mês de abril de 2025 foi de 28.956.625 quilogramas (Kg) e gerou um valor de US$ 163.623.877,00 (R$ 924.474.905,05). Bélgica segue no topo como principal destino. Enquanto, do total de valor recebido, 15,48% teve origem nos Estados Unidos da América (EUA), 2º da lista. Crescendo 46,69% se comparado ao total vendido para os estadunidenses em janeiro e mais que o dobro de março.


Somente em abril a compra dos EUA quase somou os dois meses anteriores e teve um preço também bem melhor. Curiosamente, se publicou a tendência de queda nas exportações e se especulou o assunto relacionado às mudanças tarifárias. Na prática se comprovou exatamente o contrário, pelo menos nos embarques registrados. Curiosamente é o melhor resultado entre os primeiros quatro meses e melhor do mesmo período de 2024.


Em valores, no mês de abril de 2025, o Brasil vendeu aos EUA US$ 25.322.789,00 (R$ 143.073.757,85). Comparando o mesmo período do ano passado (janeiro a abril) com os quatro primeiros meses desse ano, é o melhor resultado em valor e preço por quilo dentre os oito períodos mensais. O valor médio chegou a US$ 8,38 por Kg, ou R$ 47,33. São R$ 10,10 a mais por Kg se comparar com os US$ 6,59 (R$ 37,23) do mês de março de 2024.


Também, maior dos US$ 7,48 de abril de 2024. Nesses comparativos é possível notar um salto gigante de preço de R$ 17,28 por quilo (US$ 3,06) de janeiro de 2024 para mais que o dobro em janeiro de 2025 - US$ 6,38 (R$ 36,04). Também, a quantidade de Kg aumentou consideravelmente nos mesmos meses: em abril de 2024 - 2.013.434 - e abril de 2025 - 3.022.859. Ou seja, metade a mais e quebrando a falácia sobre especulação tarifária.


Se olhar os dados dos quinze países que mais importaram tabaco do Brasil, Alemanha pagou melhor US$ 11,37 (R$ 64,23); seguida da Holanda US$ 9,82 (R$ 55,48), depois China US$ 9,10 (R$ 51,40), Vietnã US$ 8,44 (R$ 47,70), Colômbia e EUA US$ 8,38 (R$ 47,33). Apesar de comprar mais de 1/3 do tabaco brasileiro (34,85%), os belgas pagaram bem menos: US$ 4,27 (RS 24,13) por cada um dos 10.092.313 Kg.


Com informações da Comex Stat e imagem SindiTabaco/banco de imagens.

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