Tarifa dos EUA pode 'acumular' estoque e prejudicar os preços
- O Fumilcultor Site
- 9 de set.
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É um indicativo presente nas falas de Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual das Indústrias do Tabaco (SindiTabaco). O representante das empresas fumageiras apresentou os resultados das exportações brasileiras durante a Expointer, em Esteio/RS. O evento abarcou a 77ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, na semana passada, e discutiu assuntos relativos ao setor. Dentre eles, a tarifa imposta.
Conforme o SindiTabaco, as exportações brasileiras giram “em torno de 500 mil toneladas embarcadas anualmente”. Entre janeiro e julho, desse ano, ocorreu “antecipação de embarques para os EUA [Estados Unidos da América] devido às tarifas que entraram em vigor no mês de agosto”. 268,8 mil toneladas de tabaco foram exportadas, 18% a mais para o período se comparado com os mesmos meses de 2024.
Contudo, para os EUA essa margem de ‘antecipação’ de embarque foi bem menor, apenas 5,35% a mais que no ano passado, levando em conta as exportações de janeiro a julho de 2025. “No último ano embarcamos US$ 255 milhões e quase 40 mil toneladas aos EUA, o que representou 9% do total das exportações. Antes do tarifaço, o Brasil pagava em torno de 5,7% para exportar aos EUA. Adicionados os 50%, hoje a tarifa do tabaco é de 55,7 para o mercado americano”, afirmou Thesing na reunião da Câmara Setorial.
Em torno de “16 milhões de quilos parados, tabaco processado e comercializado, mas com embarques suspensos. Temos trabalhado com foco na sensibilização do governo, participando ativamente de comitês da FIERGS”, segundo o presidente. O setor levou no ano passado R$ 14 bilhões ao bolso dos produtores, envolve mais de 44 mil empregados diretos somente nas indústrias e paga R$ 17 bilhões de impostos.
Disso o entendimento de Valmor Thesing de que “os R$ 100 milhões oferecidos não resolvem e algumas das medidas não costumam alcançar o nosso setor, como é o caso do Reintegra”. Votando aos dados do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, na verdade, se percebe uma redução de embarques para os EUA, mas não necessariamente uma suspensão, tese defendida pelo SindiTabaco.
Para o mês de agosto, comparado esse ano com 2024, se embarcou 16,6% a menos de tabaco. Fato. Baixando de 3,29 mil toneladas para 2,82 milhões de quilos. Obviamente, há preocupação com as demais 12,18 milhões de toneladas a serem exportadas (para equiparar aos números do ano passado). Até porque a produção aumento em 41,7% da safra passada para a atual, o que indica ainda mais estoque de tabaco no Brasil.
Com informações do Comex Stat e SindiTabaco e imagem SindiTabaco.






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