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Quando se analisa dados agrícolas, seja para qualquer tipo de commodities: milho, soja, tabaco ou outros, é mais pontual observar ciclos e não curtos períodos. Isso porque uma super safra derruba o preço e, por ter mais oferta que demanda é o comprador que fica na opção de escolha e oferta o valor a ser pago. Quando se produz menos, a concorrência entre comerciantes para fazerem as compras tende em melhorar e valorizar o produto em questão.


A lei da oferta e da procura. Logo, baixando o preço reduz o plantio. Fato recente em pequenas propriedades é a mudança e ampliação em áreas de fumicultura e redução gradual de cereais. Resultado, em números, produção da safra de 2023/2024 foi superada em 41,7% pela última. Como existe uma expectativa de manter e, talvez, ampliar as lavouras, somando ao preço dos grãos sem boas expectativas, a produção deve permanecer alta.


O acúmulo de produto tende em trazer onda negativa e, gradualmente, ir baixando o preço médio pago por quilo de tabaco até cair a produção e entrar em nova onda de alta. Prova disso é observada se olhar e analisar os dados de exportação brasileira nos últimos 15 anos. Em 2010 o preço médio da exportação brasileira de tabaco ficou em US$ 5,46, apenas 19,78% menor dos US$ 6,54 de 2024 e até mais alto dos US$ 5,33 de 2023.


Olhando os números ano a ano, 2010 foi o auge de um ciclo. Em 2005 os US$ 2,71 eram menos da metade dos US$ 5,46 de cinco safras depois. Entre 2010 e 2014 o preço médio se manteve acima de US$ 5,00 - ficando em US$ 5,25 em 2014. A partir do ano seguinte entrou em queda, US$ 4,23; mantido em US$ 4,40 em 2016 com oscilação em centavos nos anos seguintes. Mas em 2019 caiu para US$ 3,88, depois US$ 3,19 e US$ 3,15, nos ciclos seguintes.


Em 2022 a análise mostra um novo estágio, de recuperação de preço, vindo a US$ 4,19, depois US$ 5,33 no ano seguinte e US$ 6,54 de preço médio em 2024. Até agosto desse ciclo está em US$ 6,35, mantido dentro da oscilação. A perspectiva, levando em conta a previsível onda crescente de plantio, permite cogitar manutenção de valores por uma ou duas safras, seguida de possível oscilação negativa por um período de três a cinco anos. Tudo isso, levando em conta uma análise contextualizada na Comex Stat - dados oficiais de exportação.


Com informações do Comex Stat e Afubra e imagem/gráfico Afubra.

 
 
 
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É um indicativo presente nas falas de Valmor Thesing, presidente do Sindicato Interestadual das Indústrias do Tabaco (SindiTabaco). O representante das empresas fumageiras apresentou os resultados das exportações brasileiras durante a Expointer, em Esteio/RS. O evento abarcou a 77ª Reunião da Câmara Setorial da Cadeia Produtiva do Tabaco, na semana passada, e discutiu assuntos relativos ao setor. Dentre eles, a tarifa imposta.


Conforme o SindiTabaco, as exportações brasileiras giram “em torno de 500 mil toneladas embarcadas anualmente”. Entre janeiro e julho, desse ano, ocorreu “antecipação de embarques para os EUA [Estados Unidos da América] devido às tarifas que entraram em vigor no mês de agosto”. 268,8 mil toneladas de tabaco foram exportadas, 18% a mais para o período se comparado com os mesmos meses de 2024.


Contudo, para os EUA essa margem de ‘antecipação’ de embarque foi bem menor, apenas 5,35% a mais que no ano passado, levando em conta as exportações de janeiro a julho de 2025. “No último ano embarcamos US$ 255 milhões e quase 40 mil toneladas aos EUA, o que representou 9% do total das exportações. Antes do tarifaço, o Brasil pagava em torno de 5,7% para exportar aos EUA. Adicionados os 50%, hoje a tarifa do tabaco é de 55,7 para o mercado americano”, afirmou Thesing na reunião da Câmara Setorial.


Em torno de “16 milhões de quilos parados, tabaco processado e comercializado, mas com embarques suspensos. Temos trabalhado com foco na sensibilização do governo, participando ativamente de comitês da FIERGS”, segundo o presidente. O setor levou no ano passado R$ 14 bilhões ao bolso dos produtores, envolve mais de 44 mil empregados diretos somente nas indústrias e paga R$ 17 bilhões de impostos.


Disso o entendimento de Valmor Thesing de que “os R$ 100 milhões oferecidos não resolvem e algumas das medidas não costumam alcançar o nosso setor, como é o caso do Reintegra”. Votando aos dados do Comex Stat, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, na verdade, se percebe uma redução de embarques para os EUA, mas não necessariamente uma suspensão, tese defendida pelo SindiTabaco.


Para o mês de agosto, comparado esse ano com 2024, se embarcou 16,6% a menos de tabaco. Fato. Baixando de 3,29 mil toneladas para 2,82 milhões de quilos. Obviamente, há preocupação com as demais 12,18 milhões de toneladas a serem exportadas (para equiparar aos números do ano passado). Até porque a produção aumento em 41,7% da safra passada para a atual, o que indica ainda mais estoque de tabaco no Brasil.


Com informações do Comex Stat e SindiTabaco e imagem SindiTabaco.



 
 
 
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Alguns desafios da cadeia produtiva do tabaco foram apontados na 48ª Expointer, em Esteio - região metropolitana de Porto Alegre, no Rio Grande do Sul. A tarifa imposta pelos Estados Unidos da América (EUA) é um desses pontos preocupantes. Apesar de adiantar os embarques, ainda falta enviar mais de 1/3 das exportações previstas. Outro ponto é a regulamentação dos Dispositivos Eletrônicos de Fumar (DEFs) e o contrabando.


O Sindicato Interestadual da Indústria do Tabaco (SindiTabaco) citou os impactos das tarifas estadunidenses nas exportações durante os encontros realizados no Parque de Exposições Assis Brasil, da 48ª Expointer. O setor movimenta a economia de 206 municípios gaúchos e envolve 267 mil pessoas no meio rural somente no Rio Grande do Sul, segundo a entidade, e disso a importância de discutir assuntos relacionados.


A tarifa adicional de 50% ao tabaco brasileiro com destino aos EUA foi um dos destaques da fala do presidente do SindiTabaco, Valmor Thesing, no Seminário Nacional da Cadeia Produtiva do Tabaco, promovido pela Associação Brasileira da Indústria do Fumo (Abifumo). No ano passado 9% dos embarques brasileiros tiveram como destino o país da América do Norte: 43.889.343 kg. Esse ano a expectativa era de aumentar o volume.


16 mil toneladas aguardam uma solução e seria inviável para o cliente absorver mediante a tarifa adicional de 50%. "Temos trabalhado com foco na sensibilização do governo para reverter a situação porque, caso isso não ocorra, inevitavelmente veremos uma pressão sobre o preço do tabaco na próxima safra", comentou Thesing. 27.686.671 foram embarcados até o final de agosto, no ano passado eram 26.892.094. Somado à previsão de exportação (mais 16 mil toneladas) apenas 65% foi vendido, e resta mais de 1/3.


Quanto aos DEFs eles são proibidos desde 2009. Mas o "consumo de produtos contrabandeados aumentou significativamente nos últimos anos, passando de 500 mil consumidores, em 2018, para 3 milhões em 2023 (Ipec)", explica o SindiTabaco. Disso, a citação de que a falta de regulamentação "faz com que o consumidor acabe utilizando produtos contrabandeados", mesmo sem verificação sanitária ou responsabilização.


Com informações do SindiTabaco, Afubra e Comex Stat e imagem do SindiTabaco.

 
 
 
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