- 11 de set.
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Quando se analisa dados agrícolas, seja para qualquer tipo de commodities: milho, soja, tabaco ou outros, é mais pontual observar ciclos e não curtos períodos. Isso porque uma super safra derruba o preço e, por ter mais oferta que demanda é o comprador que fica na opção de escolha e oferta o valor a ser pago. Quando se produz menos, a concorrência entre comerciantes para fazerem as compras tende em melhorar e valorizar o produto em questão.
A lei da oferta e da procura. Logo, baixando o preço reduz o plantio. Fato recente em pequenas propriedades é a mudança e ampliação em áreas de fumicultura e redução gradual de cereais. Resultado, em números, produção da safra de 2023/2024 foi superada em 41,7% pela última. Como existe uma expectativa de manter e, talvez, ampliar as lavouras, somando ao preço dos grãos sem boas expectativas, a produção deve permanecer alta.
O acúmulo de produto tende em trazer onda negativa e, gradualmente, ir baixando o preço médio pago por quilo de tabaco até cair a produção e entrar em nova onda de alta. Prova disso é observada se olhar e analisar os dados de exportação brasileira nos últimos 15 anos. Em 2010 o preço médio da exportação brasileira de tabaco ficou em US$ 5,46, apenas 19,78% menor dos US$ 6,54 de 2024 e até mais alto dos US$ 5,33 de 2023.
Olhando os números ano a ano, 2010 foi o auge de um ciclo. Em 2005 os US$ 2,71 eram menos da metade dos US$ 5,46 de cinco safras depois. Entre 2010 e 2014 o preço médio se manteve acima de US$ 5,00 - ficando em US$ 5,25 em 2014. A partir do ano seguinte entrou em queda, US$ 4,23; mantido em US$ 4,40 em 2016 com oscilação em centavos nos anos seguintes. Mas em 2019 caiu para US$ 3,88, depois US$ 3,19 e US$ 3,15, nos ciclos seguintes.
Em 2022 a análise mostra um novo estágio, de recuperação de preço, vindo a US$ 4,19, depois US$ 5,33 no ano seguinte e US$ 6,54 de preço médio em 2024. Até agosto desse ciclo está em US$ 6,35, mantido dentro da oscilação. A perspectiva, levando em conta a previsível onda crescente de plantio, permite cogitar manutenção de valores por uma ou duas safras, seguida de possível oscilação negativa por um período de três a cinco anos. Tudo isso, levando em conta uma análise contextualizada na Comex Stat - dados oficiais de exportação.
Com informações do Comex Stat e Afubra e imagem/gráfico Afubra.




